O etanol, biocombustível mais produzido no Brasil, tendo nosso país como o maior produtor deste biocombustível no mundo, apesar de trazer benefícios ao meio ambiente, está sendo altamente criticado por ONGs e pessoas influentes Brasil afora.
Segundo as críticas, a produção em grande escala de cana-de-açúcar e outros vegetais para a produção de etanol interfere na questão da produção alimentícia, onde o espaço determinado para a produção de alimentos seria trocado para a produção de etanol. Segundo o relator especial da ONU para o direito à alimentação, Jean Ziegler, a produção em grande escala de biocombustíveis representa um "crime contra a humanidade", pois afeta diretamente o preço dos produtos alimentícios. Porém, esse fato designado por Ziegler não está tão interligado com o Brasil, sendo o maior produtor de etanol do mundo, e sim com os Estados Unidos, que voltaram a produção de milho para a produção de etanol. Esse fato acarreta o preço dos alimentos pois, sendo os Estados Unidos o maior produtor de milho do mundo, a demanda por este produto aumentou, aumentando também o preço. Sendo o milho usado para a produção de rações para animais, como o boi, o preço da carne também aumentou. Porém, o aumento do preço dos alimentos não está só relacionado com a produção de etanol, tendo em vista que hoje em dia as pessoas passam menos fome que antigamente, ou seja, a demanda por alimento aumentou em relação ao passado.
As ONGs, em oposição a preocupação com o aumento dos preços dos produtos alimentícios, se preocupam com a expansão das lavouras no Brasil para a produção do biocombustível. Segundo elas, para aumentar a produção da cana-de-açúcar seria necessário também aumentar a área de plantio e, com o tempo, tornando-se restritas as áreas para expansão do plantio, os produtores começariam a derrubar a floresta amazônica para o produção da cana-de-açúcar. Essa questão é inviável por duas razões: a cana-de-açúcar não sobreviveria nas condições ambientais da amazônia; para aumentar a produção não necessariamente precisa-se aumentar a área de plantio. Com a tecnologia existente hoje é possível produzir mais em menos área.
Contudo, a produção de etanol dificilmente pode prejudicar a produção alimentícia, tendo em vista que atualmente o mundo mais produz alimentos do que consome. Além disso, o Brasil não está se excedendo no plantio da cana-de-açúcar: no Brasil, para a produção do vegetal, existem 90 milhões de hectares disponíveis, dos quais somente 7,2 milhões são utilizados para a produção de cana-de-açúcar, sendo metade desse número voltado para a produção de açúcar.
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